sexta-feira, 29 de junho de 2012

São Pedro e São Paulo: colunas da fé



No exemplo destes homens aprendemos a amar a Cristo

Celebramos, no dia 29 de junho, a Solenidade de São Pedro e São Paulo, duas colunas da Igreja, dois homens de Deus. São Pedro nasceu em Betsaida, cidade da Galileia. Conheceu Jesus por meio de seu irmão André. O Senhor, "fixando nele o olhar" (Jo 1,42), o chamou para segui-Lo. Jesus Cristo conquistou São Pedro pelo olhar cheio de carinho.

Aquele olhar do Mestre devia ser arrebatador, convincente e encerrava a radicalidade de entrega a Deus de maneira bem atraente. Simão é chamado Cefas, pedra, Pedro. De simples pescador, converteu-se num pescador de homens. Foi o vigário de Cristo na Terra, aquele que fez as vezes do Senhor aqui quando Ele já não estava entre os Seus em corpo mortal.

Jesus quis instituir a Sua Igreja tendo Pedro à frente dela, e isso para sempre. Daí que o ministério petrino foi perpetuado: Pedro, Lino, Cleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério, Vitor…. Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI: 266 papas, 265 sucessores de São Pedro.
Uma realidade maravilhosa! Professemos entusiasmados a nossa fé nesta Igreja, que é “una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os apóstolos e transmitindo, de geração em geração, a Sua Palavra sempre viva e os Seus poderes de Pastores no sucessor de Pedro e nos bispos em comunhão com Ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).

As palavras de São Jerônimo (+420) são taxativas: “Não sigo nenhum primado a não ser o de Cristo; por isso ponho-me em comunhão com a Sua Santidade, ou seja, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja. Quem se alimenta do Cordeiro fora dessa casa é um ímpio. Quem não está na arca de Noé perecerá no dia do dilúvio” (Carta ao Papa Damaso, 2).
Observe: a Igreja é qual outra arca de Noé. Pedro está à sua frente. Atualmente, é Bento XVI quem governa essa grande barca. Perigoso é ficar fora dela em tempos de dilúvios!

Há tempestades nos tempos atuais? Deixarei a resposta para os que me lerem. Contudo, preocupa-me tanto o fato de que o homem fique eclipsado diante de si mesmo; até parece que se afoga nas próprias concepções em torno da vida, da pessoa humana, da sexualidade e de tantos outros temas. Onde está o seu norte? Para onde se encaminha?

Escutar a voz do Pedro dos nossos tempos e não deixar-se sufocar pelas novidades que obscurecem a nossa fé em Deus e esfriam o nosso amor a Ele é algo muito sábio. Não! Nem todas as novidades colocam em perigo a nossa fé e o nosso amor. Frequentemente, o mais perigoso é a atitude diante delas. Não podemos ser orgulhosos, aprendamos da nossa mãe, a Igreja, aprendamos de quem Jesus colocou à frente dessa grande família de filhos de Deus, o Papa, e tenhamos atitudes de acordo com o Evangelho.

Que dizer de São Paulo? Ele foi um homem que, na pregação do Evangelho, colocou todas as suas potencialidades a serviço de Deus. Um homem totalmente entregue às coisas do Senhor. De perseguidor de cristãos, tornou-se um dos cristãos mais fervorosos, homem inflamado de zelo apostólico. Como não identificar, por detrás dessas frases, um homem magnânimo e cheio do amor de Deus?

“Estou pregado à cruz de Cristo” (Gl 2,19). “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).

Nos exorta: “não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se à dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza” (Ef 17-19). “Contanto que de todas as maneiras, por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado, nisto não só me alegro, mas sempre me alegrarei” (Fl 1,18). Em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2,3). “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2 Tim 4,7).

É preciso que também nós sejamos apóstolos enamorados, apaixonados por Deus e que façamos o nosso apostolado sempre em unidade com o Papa, sucessor de Pedro, e com todos os bispos em comunhão com ele.

Digamos, como um homem de Deus do século XX, São Josemaria Escrivá: “Venero, com todas as minhas forças, Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde saíram tantos para propagar, no mundo inteiro, a Palavra salvadora de Cristo. Ser romano não entranha nenhuma amostra de particularismo, mas de ecumenismo autêntico; supõe o desejo de aumentar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que busca e acolhe a todos, porque os amou por primeiro. (…)

O amor ao Romano Pontífice há de ser em nós uma bela paixão, porque nele vemos Cristo”.

Pe. Françoá Costa

terça-feira, 26 de junho de 2012

Papa mantém contínuo contato com a comissão que investiga filtração de documento



26-06-2012

Tags: Vaticano, Pe. Frederico Lombardi, documentos roubados



O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou este domingo, 24, que o Papa Bento XVI mantém um contínuo contato com a comissão de cardeais criada para investigar o caso da filtração de documentos reservados da Santa Sé.

"No contexto da situação criada depois da difusão de documentos confidenciais, o Santo Padre aprofunda suas reflexões em contínuo diálogo com as pessoas que compartilham com ele a responsabilidade do governo da Igreja", informou o P. Lombardi à imprensa.

Indicou que "como sabido, no sábado passado, no encontro com a Comissão cardinalícia criada para este fim e encabeçada pelo Cardeal Julián Herranz, (o Papa) pediu que o informassem de forma mais exaustiva sobre o curso das investigações".

"Esta manhã participa da reunião com os Chefes das Congregações dedicada, como de costume, às questões para a boa coordenação do trabalho da Cúria; um tema que hoje assume uma importância urgente e particular para testemunhar eficazmente a união de espírito que anima esse trabalho", acrescentou o porta-voz.

Pe. Lombardi indicou que pela tarde, o Papa "decidiu encontrar a alguns membros do Colégio cardinalício que, graças à sua grande e variada experiência de serviço à Igreja, não só no âmbito romano mas também internacional, podem intercambiar utilmente com ele considerações e sugestões para ajudar a restabelecer o desejado clima de serenidade e confiança no serviço da Cúria romana".

"Naturalmente, o Santo Padre continuará nos próximos dias suas conversações e suas reflexões, aproveitando a chegada a Roma de muitos pastores com ocasião da Festividade dos Santos Pedro e S. Paulo, que é uma oportunidade extraordinária para que a comunidade da Igreja universal se sinta unida a ele na oração, no serviço e no testemunho da fé para a humanidade do nosso tempo", finalizou.

Movimento pró-vida convoca para a 5ª Marcha Nacional contra aborto



Tags: pró-vida, marcha, aborto no Brasil



O Movimento Brasil Sem Aborto conclama a população a unir-se à quinta edição da Marcha Nacional da Cidadania pela Vida pedindo pela defesa da vida humana no Brasil desde sua concepção. De maneira especial a marcha pedirá pela aprovação do estatuto do nascituro, um projeto de lei que tramita em Brasilia e visa defender a vida no ventre materno contra o aborto.

Segundo informa o Movimento Brasil Sem Aborto, é preciso intensificar os esforços pela aprovação do mencionado estatuto, que tramita em Brasilia como PL 478/2007, pois que tem por objetivo defender os direitos da criança por nascer à semelhança do estatuto da criança e do adolescente e o estatuto do idoso.

“Precisamos nos mobilizar exigindo dos representantes do povo que aprovem esta Lei tão importante para garantir os direitos do bebê em gestação, desde o primeiro instante de vida, ou seja, desde a concepção”.

A Marcha terá lugar na Esplanada dos Ministérios em Brasilia amanhã, 26 de junho, com concentração a partir das 15h30.

O cristão e as mídias sociais


De acordo com uma agência de notícias inglesa, que realizou uma pesquisa sobre o comportamento de cristãos nas redes sociais, o número de fiéis que compartilham sua fé nas mídias têm crescido cada vez mais.

Entre os cristãos entrevistados, 84% concordaram que a internet é um enorme espaço de missão, e 64% disseram que usam as mídias como o Facebook, Twitter e Youtube.

A pesquisa também apontou que cristãos de várias idades utilizam as redes sociais, sendo que 71% postam links cristãos, missionários; enquanto 73% posta conteúdo de compartilhamento da fé que professam.

Esse número se intensifica quando falamos de jovens que são mais ativos nas mídias sociais. A faixa etária de 16 a 18 anos responde por 87% das pessoas que evangelizam, intencionalmente, por esses meios.

Atenta a esse crescimento e sabendo da variedade de conteúdo que pode ser encontrado nas mídias sociais, a Igreja, por meio do Papa Bento XVI, demonstrou sua preocupação, em especial com os jovens, em relação a como um cristão deve se portar nestes canais.

“As redes sociais como Facebook, entre outras, devem ser espaços de diálogo, mas também de cautela. Por uma questão de prudência, faz bem analisar, criteriosamente, as atualizações de status, saber o que comentar em fotos, ter o discernimento para escolher o que “curtir” e o que não merece ser “curtido”, partilhar postagens que façam refletir ou sorrir, sem ferir a dignidade humana. O mais importante é que a comunicação seja “não só uma troca de dados, mas também, e cada vez mais, uma partilha”, afirma o Santo Padre.

Apesar dos números positivos, apenas 25% dos entrevistados disseram que sua Igreja local encorajava a evangelização on-line e 78% disseram que ela deveria ser mais ativa nas mídias sociais. Este é um pedido de Bento XVI, para que não só os fiéis, mas também todo o clero, esteja presente nestes meios e seja referência para os cristãos que ali estão.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aprovar o aborto seria um retrocesso jurídico na nossa sociedade (Parte II)




Entrevista com especialista em bioética, Pe. Helio Luciano

Por Thácio Siqueira
BRASILIA, sexta-feira, 22 de junho de 2012 (ZENIT.org) – Ontem publicamos a primeira parte da entrevista que o Pe. Helio concedeu a ZENIT com o fim de ajudar os católicos do Brasil a refletirem sobre o tema do Aborto, que está em pauta para aprovação no nosso país.
Clique aqui para acessar a primeira parte.

O Pe. Helio Luciano é mestre em bioética pela Universidade de Navarra, mestre em Teologia Moral pela Pontificia Universidade Santa Cruz em Roma e membro da comissão de bioética da CNBB.
Publicamos hoje a segunda e última parte da entrevista.
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ZENIT: O embrião é uma pessoa humana? O que é que comprova isso? E por que ele teria todos os direitos fundamentais de um ser humano, incluindo o direito à vida?

PE. HELIO: A resposta que dou a esta pergunta, que frequentemente se repete, é sempre a mesma: não importa se o embrião é pessoa humana ou não. À primeira vista tal resposta pode parecer polêmica ou até agressiva – mas asseguro que esta não é a minha intenção. A questão é que “ser pessoa” ou “não ser pessoa” é um problema filosófico e jamais poderá ser provado em âmbito científico-positivo. Mas a discussão em relação ao aborto não é uma questão de filosofia, mas de biologia básica.

O que temos, desde a fecundação, independente se é pessoa ou não, é um novo ser humano. Como já dizíamos – temos um novo indivíduo da espécie homo sapiens sapiens, com um DNA único e irrepetível em toda a história da humanidade. Sendo um ser vivo da espécie humana, tem todo o direito de ser respeitado como qualquer outro ser humano.

Nas aproximadamente quarenta semanas em que este novo ser humano costuma permanecer dentro do ventre materno, não existe nenhum salto quantitativo ou qualitativo que possa dizer que tenha sofrido uma mudança substancial. Todas as capacidades humanas adquiridas por aquele novo ser, têm como base aquele momento inicial – ou seja, aquela única célula fecundada, que já era um ser humano.

A maioria dos defensores do aborto, hoje, costuma admitir as evidências científicas que comprovam que a partir da fecundação temos um novo ser humano. O que objetam é que este ser humano ainda não seria uma “pessoa humana”. A partir desse pressuposto, as divergências entre os abortistas são grandes. Alguns dirão que este ser humano se tornará “pessoa humana” a partir da formação da placenta, outros dirão que a partir da formação do coração, outros defendem que a personalidade se forma com o sistema nervoso central e por fim, existem os que defendem que se torna “pessoa humana” somente após o nascimento. Estes últimos chegam a defender o que se chama partial-birth abortion, ou seja, “aborto do parcialmente nascido”.

Em tal procedimento, assim que se dá o coroamento (coroamento é a aparição da cabeça do feto durante o trabalho de parto), faz-se a sucção do cérebro da criança – certamente aqui se trata de um claro infanticídio.

Todas as tentativas de colocar esse início da “personalidade” em algum momento concreto do desenvolvimento embrionário ou fetal serão sempre arbitrárias. Se colocarmos o início da “personalidade” em alguma função ou órgão, porque não poderíamos dizer que está no começo do exercício da consciência? Alguns autores já afirmam isso e, consequentemente, defendem que o infanticídio – matar crianças que não tenham o exercício de atividade consciente – é moralmente e eticamente válido, pois não seriam “pessoas humanas”.

Por essas discussões é que afirmo que não importa a partir de quando aquele ser humano se tornará pessoa. O importante é que se trata de um ser humano, e que merece todo o respeito e proteção que devemos a qualquer outro ser humano, independente das funções que possa exercer.

ZENIT: Quais são as tragédias que o aborto traz para uma nação que o aprova na sua legislação?

PE. HELIO: A tragédia mais profunda é a instituição de uma “cultura de morte”, que não respeita o sofrimento das mães – muitas são quase induzidas socialmente ou economicamente a realizar o aborto – e nem o direito básico dos próprios cidadãos mais indefesos, aqueles que ainda estão por nascer.

É irônico que tais sociedades possuem legislações bastante rigorosas para a defesa de embriões animais, enquanto os seres humanos estão totalmente indefesos. Hoje é mais seguro nascer feto de baleia do que feto humano.

Derivada desta “cultura de morte” nasce uma atitude de egoísmo generalizado – o importante não é mais o “bem comum” da sociedade, mas o individualismo, o bem de cada um. Deixamos de viver em sociedade como modo de nos aperfeiçoarmos como seres humanos sociais que somos, para converter-nos, como dizia Hobbes, em lobos para os outros lobos.

O processo de degradação da sociedade – em todos os pontos de vista – também é uma consequência da chamada “cultura de morte”. Se o Direito, base da civilização ocidental, perde sua raiz profunda que o justifica – ou seja, a natureza humana e a defesa do mais débil – a civilização toda se ressente. A crise – social, econômica, moral – da sociedade atual não é mera coincidência. Será mera coincidência que os países com menor taxa de nascimento e maior índice de aborto – Grécia, Portugal, Espanha e Itália – são aqueles com maior crise econômica?

Historicamente, toda a civilização que desrespeitou os valores básicos do ser humano, entrou em decadência e desapareceu. O exemplo mais claro foi a degradação do Império Romano – quando deixou de velar pelos valores básicos, tornando-se meramente “populista”, ampliou seu domínio físico, mas perdeu sua força moral. Não foi a invasão dos chamados “povos bárbaros” o que acabou com Roma – este foi só o golpe final que fez cair o que por dentro já estava moralmente destruído.

ZENIT: O senhor já se encontrou com católicos que aprovam o aborto? Eles podem ser considerados pessoas que estão fora da doutrina e da moral católicas?

PE. HELIO: A Igreja é uma realidade divina, mas que também possui leis e autoridades que devem ser respeitadas. Assim como eu não posso, simplesmente, declarar-me membro da Academia Brasileira de Letras – porque é necessário uma série de requisitos para pertencer a esta Academia – ninguém pode por si mesmo, sem cumprir certos requisitos, ser declarado um membro da Igreja. Deste modo, católicos de fato que defendam o aborto não existem e não podem existir. Se alguém defende o aborto, jamais poderá ser considerado um membro da Igreja, ou seja, não pode participar do Corpo de Cristo.

Por outro lado é um fato que existem grupos de pessoas que se dizem católicas – mas não o são de fato – e que ao mesmo tempo defendem o aborto. Quem sabe o grupo mais expressivo seja aquele que se autodenomina “Católicas pelo direito de decidir”. Certamente os membros deste grupo não são de fato católicos, pois defendem algo absolutamente contrário à própria humanidade – o direito de matar um inocente. É verdade, como já dissemos antes, que a liberdade é um bem, mas não é um bem absoluto. Este bem – o da liberdade – está por debaixo do direito mais elementar de todos, o direito à vida, o bem maior defendido pelo Direito.

Neste sentido, por que não criamos grupos como “Católicos pelo direito de assassinar”, ou “Católicos pelo direito de roubar”. Certamente é uma ironia, mas, às vezes, esta se faz necessária para entender o quão absurdo são os argumentos. Assassinar ou roubar também são atos de liberdade, mas nem por isso alguém pode defender esta liberdade como um valor – pois lesaria valores mais altos, o da vida e o direito à propriedade privada. Do mesmo modo quem defende uma liberdade para matar uma criança dentro do ventre materno, lesa o direito à vida desta criança e, deste modo, não tem o direito de reclamar tal liberdade.

ZENIT: Por que o aborto traz uma das penas canônicas mais sérias do direito canônico, segundo o cânon 1398?

PE. HELIO: Dizíamos, em outro ponto da entrevista, que o Direito tem um fundamento natural, ou seja, expressa o verdadeiro modo de ser da humanidade. O Direito da Igreja, chamado “Direito Canônico”, também tem a mesma raiz natural, além, também, de regular matérias que conhecemos por Revelação.

 Desde um ponto de vista natural, como víamos antes, trata-se de um crime hediondo: não apenas se está matando a um ser humano inocente e indefeso, mas se está matando o próprio filho na fase da vida que ele mais necessitava da proteção dos pais. Desde um ponto de vista sobrenatural, baseado na Revelação divina, é algo ainda mais grave – o assassinato de um filho de Deus que tinha sido confiado a estes pais.

As penas no Direito – seja civil ou canônico – sempre devem ter um caráter de proteger um bem, ou seja, de evitar um crime, além do caráter medicinal. Falando em relação ao Direito civil, alguns acusam os católicos de serem desumanos quando pedem a punição da mulher que realiza o aborto. A punição existe para prevenir o crime, ou seja, em defesa da vida do indefeso.

Despenalizando o aborto perdemos esta proteção importante para a vida do mais débil. Além disso, na maioria das vezes, a mulher que realiza o aborto é a menos culpada deste ato – normalmente ela está em meio a um conjunto de pressões sociais, sentimentais e econômicas. Os principais culpados – e consequentemente os que deveriam ser mais duramente punidos – são aqueles que induzem e realizam o ato ilegal e imoral do aborto.

Em relação ao Direito Canônico, para que se entenda a gravidade da ofensa ao próximo – sendo este “próximo” o próprio filho – e, consequentemente, a gravidade da ofensa a Deus, é reservada a este pecado a pena da excomunhão latae sententiae. Certamente a palavra excomunhão soa forte aos ouvidos da opinião pública e de fato é a pena mais severa da Igreja – desligar um membro da comunhão com a Igreja. 

 Com latae sententiae se indica que a excomunhão é automática, ou seja, quem comete ou induz alguém a cometer um aborto ou participa da execução do mesmo, automaticamente está excluído da comunhão com a Igreja e, consequentemente, com o Corpo de Cristo.

Ainda sendo a pena mais grave da Igreja, a pena de excomunhão não condiz com o aquilo que o imaginário popular interpreta por excomunhão. Trata-se, como foi dito, de uma pena preventiva, educativa e medicinal. Em primeiro lugar, sendo uma pena tão grave, só recai nela quem cometeu com certeza um aborto – se alguém realiza uma tentativa de aborto sem “êxito”, comete um pecado grave, mas não é excomungado.

Também só é excomungado quem sabia, ainda que imperfeitamente, da existência de uma pena especial. Além disso, as pessoas que cometeram, induziram ou participaram de um aborto – e consequentemente estão excomungadas – podem pedir e receber o perdão pelo pecado cometido e o levantamento da pena de excomunhão.

Cada diocese possui alguns sacerdotes – em algumas dioceses todos os sacerdotes – habilitados para levantar esta pena, dando logicamente alguma penitência especial, para que se entenda a gravidade do pecado cometido. Normalmente a maior penitência para uma mãe que cometeu aborto é o sofrimento que carrega – por toda a vida – por sentir a culpa de ter matado seu próprio filho.

Papa: "Tirar a Síria da atual situação de violência e de crise"



Tags: massacre na Síria, mortes

O Papa Bento XVI fez esta quinta-feira mais um apelo em favor da Síria. A ocasião foi a audiência com os membros da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO).

“Não se deve poupar nenhum esforço para tirar a Síria da atual situação de violência e de crise, que dura há muito tempo e corre o risco de se tornar um conflito generalizado que teria consequências fortemente negativas para o país e para toda a região”, disse o Pontífice, lançando mais um apelo para que seja garantida a assistência humanitária à população. 

“Esta reunião da ROACO, afirmou, é também uma ocasião para reafirmar a minha solidariedade para os nossos irmãos e irmãs que sofrem na Síria, em especial as crianças inocentes e os mais indefesos”, afirmou o Papa, que pediu o fim imediato do derramamento de sangue e da violência. 

Recordando a inauguração do Ano da Fé, em outubro próximo, Bento XVI disse que este evento oferecerá fecundas orientações para a Igreja no Oriente, para que seja sempre sinal eloquente da caridade que brota do coração de Cristo. 

Sobre os problemas que afligem a região, o Papa citou em especial a falta de liberdade religiosa pessoal e comunitária. “Este direito deve ser garantido na sua profissão pública e não somente em termo culturais, mas também pastorais, educativos, assistenciais e sociais – todos aspectos indispensáveis ao seu exercício efetivo.” 

Bento XVI concluiu seu discurso falando do Líbano, seu próximo destino internacional, em setembro próximo.

“Que a Mãe de Deus proteja minha próxima viagem, que – se Deus quiser – realizarei ao Líbano para por o selo sobre a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. Desejo desde já antecipar à Igreja e à Nação libanesa o meu abraço de pai e de irmão.”

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Retiro Vocacional em Bela Vista do Maranhão.


Aconteceu em Bela Vista do Maranhão o primeiro Retiro Vocacional organizado pelas Irmãs Pequeninas e com o apoio paroquial.

Padre Juarez, esteve presente o tempo todo e tudo foi maravilhoso.

Irmã Samara, falou sobre o amor de Deus e mostrou com o exemplo, sobre o chamado específico que Deus lhe fez.

Falando ainda, sobre vocação, é bom lembrar, que Pe. Amadeo Cencini coloca a vocação como um “Diálogo entre duas liberdades”, significando que o Deus que cria, já o chama primeiramente a uma vida terrena, quer dizer Deus livremente lhe dá a vida e ao mesmo tempo lhe dá a liberdade em como vivê-la.

A resposta em como este homem viverá é que está em suas mãos. O homem nasce assim com um instinto muito forte à vida, por isso mesmo já ao nascer faz tudo para manter-se vivo. Mas Deus na Sua liberdade, não se contenta dar-lhe apenas a vida terrena, 

Ele quer mais! Quer que este, fazendo uso da sua liberdade, opte por Ele e queira conhecer a Sua Vontade, isto é, A Verdade que pode Conduzi-lo a Perfeita União.

Especificamente neste Retiro Vocacional, foi falado sobre as diversas vocações na Igreja e principalmente sobre o chamado feito a todos nós, que é o da "santidade".

Foi lindo, o testemunho de muitos jovens, que já sentem um "algo a mais", com relação à vocação. Cabe, agora, um acompanhamento, para que os mesmos possam descobrir o tesouro que está dentro deles mesmos.







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