Minha intenção não é, nunca, ferir a sensibilidade de quem quer que seja, mas, sobretudo, suscitar uma reflexão oportuna sobre comportamentos que não condizem com certas circunstâncias e lugares, no caso específico, refiro-me a atitudes sem propósitos que muitos hereges de plantão querem fazer dentro da Igreja. Nunca aparecem lá, e quando vão, pensam em querer fazer dela a "casa da mãe Joana". Independentemente do que você faça ou realize como profissional, responda-me com sinceridade: "Você gostaria se alguém chegasse a seu lugar de trabalho - seu escritório, seu gabinete, seu departamento de vendas, sua cozinha, sua barraca, sua empresa, sua farmácia - e começasse a mudar tudo de lugar, simplesmente, porque não gostou da disposição das coisas?" Pode até ser que algum desorientado responda de maneira positiva, mas, o normal, é que diga: "Não, não gostaria!". Então, por que na Igreja tudo deve ser permitido? Especialmente em "missas de formatura" - que é um termo inapropriado para a celebração Eucarística, porque não existe "missa de formatura" - e em casamentos, muitos aborrecimentos chegam pelo fato de que muitas pessoas, não habituadas com a celebração litúrgica, não conseguem distinguir a diferença entre a Igreja, que é o espaço sagrado do louvor e do culto prestado a Deus, cuja presença está no Sacrário, permanentemente, e outro qualquer salão de festas, ou, quando não, um salão de debutantes. Quando digo que não "há missa de formatura", quero dizer que a Liturgia da Igreja é uma só, e já está pronta no Missal Romano para as diversas circunstâncias da vivência cristã. Não somos nós que a reinventamos com as chamadas "adições inoportunas", como bem caracterizou o Papa Bento XVI.
Aí, pensa-se poder cantar de tudo, desde que cada um sinta a pulsação emocionante de seu coração embalado pelo romantismo que, às vezes, é visto na televisão. E, quando as pessoas sérias da Igreja tentam dar uma orientação conforme as exigências próprias da sagrada Liturgia, são taxadas de intransigentes e mal educadas. Ora, se a gente vai ao cinema não pode dar um "pio". No teatro, exigem educação, silêncio e respeito durante a apresentação. Quando se mora num apartamento, há um horário limite para determinados barulhos. Se alguém vai ter um encontro com uma pessoa que a julga importante, não vai com a primeira roupa que encontra pendurada no cabide do guarda-roupa.
Quem não cumpre os deveres, deveria perder todos os direitos, se não for capaz de encontrar legítimas e convincentes explicações para o seu atraso. De fato, esse é um problema que está presente na leviandade de muitas pessoas que não prezam por seus compromissos como deveriam, tratando-os com reverência e honradez.
nós sacerdotes não somos funcionários da arbitrariedade e da incompetência de quem não leva a sério a responsabilidade de seus compromissos, querendo transformar a Igreja na casa da mãe Joana, onde cada um faz o que quer, quando quer e pensa que pode. Nosso desejo é que a reflexão ajude-nos a rever nossos conceitos e valores quando nos aproximamos das coisas sagradas da Igreja de Cristo, no intento de não entregarmos "pérolas aos porcos" (Mt 7,6). Embora pareça dura, a expressão é de Cristo Jesus, ensinando aos Apóstolos o santo dever da consciência de não profanar as coisas santas de sua própria e amada Igreja.
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Pe. Gilvan Rodrigues dos Santos
Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e Escritor
FONTE: Jornal da Arquidiocese de Aracaju/SE
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