Tags: Bento XVI, Papa, jovens, juventude
Não existe uma "cultura
juvenil" unívoca, mas uma realidade muito articulada que a Igreja quer
conhecer melhor, porque tem "confiança nos jovens" e "precisa de
sua vitalidade".
Em síntese, esse foi o pensamento que Bento XVI expressou na manhã desta quinta-feira aos participantes da plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, recebidos em audiência na Sala Clementina, no Vaticano. O Papa convidou-os a não olharem para o mundo juvenil com os habituais lugares comuns.
Não vivem em um "universo", que embora vasto, é decifrável. Os jovens de hoje habitam um "multiverso", ou seja, um espaço, mas também um tempo, nos quais coexiste uma "pluralidade de visões, de perspectivas e de estratégias".
Parte daí a análise do Santo Padre sobre "culturas juvenis emergentes", às quais o Cardeal Gianfranco Ravasi quis dedicar a plenária do Pontifício Conselho para a Cultura. A Igreja quer entender os aspectos positivos e negativos da dimensão "complexa e articulada" do cosmo juvenil e de suas linguagens – velocíssimas graças, sobretudo, à influência e ao rápido desenvolvimento dos meios de comunicação social, observou o Papa.
Os aspectos negativos dizem respeito às fragilidades psicoafetivas dos jovens, as suas dificuldades de inserção social, que acabam em marginalização, que acabam, aliás, quase numa "invisibilidade" em nível histórico e cultural, e, infelizmente, nos refúgios da droga, em desvios e violências.
"A esfera afetiva e emotiva, o âmbito dos sentimentos, bem como o da corporeidade, são fortemente influenciados por esse clima e pela tempérie cultural que deles deriva, expressa, por exemplo, por fenômenos aparentemente contraditórios, como a espetacularização da vida íntima e pessoal e o fechamento individualista e narcisista sobre as próprias necessidades e interesses. Também a dimensão religiosa, a experiência de fé e a pertença à Igreja são muitas vezes vividas numa perspectiva privada e emotiva."
Por outro lado, é consolador para o Pontífice constatar os "ímpetos generosos e corajosos de tantos jovens voluntários" e as "experiências de fé profunda e sincera de muitos rapazes e moças". E não se pode deixar de lado os desdobramentos vividos pelos jovens do chamado "Terceiro mundo", observou:
"Nós nos damos conta de que eles representam, com as suas culturas e com as suas necessidades, um desafio para a sociedade do consumismo globalizado, para a cultura dos privilégios consolidados, dos quais se beneficia um pequeno grupo do mundo ocidental. As culturas juvenis, consequentemente, se tornam 'emergentes' inclusive no sentido que manifestam uma necessidade profunda, um pedido de ajuda ou até mesmo uma 'provocação', que não pode ser ignorada ou subestimada, quer por parte da sociedade civil, quer por parte da Comunidade eclesial."
Consciente "das muitas situações problemáticas que dizem respeito também ao âmbito da fé e da pertença à Igreja", Bento XVI concluiu o seu discurso abraçando idealmente, com afeto e estima, os jovens do mundo inteiro:
"A Igreja confia nos jovens, espera neles e em suas energias, precisa deles e de sua vitalidade para continuar vivendo com renovado impulso a missão que Cristo lhe confiou. Portanto, faço votos prementes de que o Ano da Fé seja também para as jovens gerações uma ocasião preciosa para reencontrar e reforçar a amizade com Cristo, da qual possa brotar a alegria e o entusiasmo para transformar profundamente as culturas e as sociedades."
Em síntese, esse foi o pensamento que Bento XVI expressou na manhã desta quinta-feira aos participantes da plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, recebidos em audiência na Sala Clementina, no Vaticano. O Papa convidou-os a não olharem para o mundo juvenil com os habituais lugares comuns.
Não vivem em um "universo", que embora vasto, é decifrável. Os jovens de hoje habitam um "multiverso", ou seja, um espaço, mas também um tempo, nos quais coexiste uma "pluralidade de visões, de perspectivas e de estratégias".
Parte daí a análise do Santo Padre sobre "culturas juvenis emergentes", às quais o Cardeal Gianfranco Ravasi quis dedicar a plenária do Pontifício Conselho para a Cultura. A Igreja quer entender os aspectos positivos e negativos da dimensão "complexa e articulada" do cosmo juvenil e de suas linguagens – velocíssimas graças, sobretudo, à influência e ao rápido desenvolvimento dos meios de comunicação social, observou o Papa.
Os aspectos negativos dizem respeito às fragilidades psicoafetivas dos jovens, as suas dificuldades de inserção social, que acabam em marginalização, que acabam, aliás, quase numa "invisibilidade" em nível histórico e cultural, e, infelizmente, nos refúgios da droga, em desvios e violências.
"A esfera afetiva e emotiva, o âmbito dos sentimentos, bem como o da corporeidade, são fortemente influenciados por esse clima e pela tempérie cultural que deles deriva, expressa, por exemplo, por fenômenos aparentemente contraditórios, como a espetacularização da vida íntima e pessoal e o fechamento individualista e narcisista sobre as próprias necessidades e interesses. Também a dimensão religiosa, a experiência de fé e a pertença à Igreja são muitas vezes vividas numa perspectiva privada e emotiva."
Por outro lado, é consolador para o Pontífice constatar os "ímpetos generosos e corajosos de tantos jovens voluntários" e as "experiências de fé profunda e sincera de muitos rapazes e moças". E não se pode deixar de lado os desdobramentos vividos pelos jovens do chamado "Terceiro mundo", observou:
"Nós nos damos conta de que eles representam, com as suas culturas e com as suas necessidades, um desafio para a sociedade do consumismo globalizado, para a cultura dos privilégios consolidados, dos quais se beneficia um pequeno grupo do mundo ocidental. As culturas juvenis, consequentemente, se tornam 'emergentes' inclusive no sentido que manifestam uma necessidade profunda, um pedido de ajuda ou até mesmo uma 'provocação', que não pode ser ignorada ou subestimada, quer por parte da sociedade civil, quer por parte da Comunidade eclesial."
Consciente "das muitas situações problemáticas que dizem respeito também ao âmbito da fé e da pertença à Igreja", Bento XVI concluiu o seu discurso abraçando idealmente, com afeto e estima, os jovens do mundo inteiro:
"A Igreja confia nos jovens, espera neles e em suas energias, precisa deles e de sua vitalidade para continuar vivendo com renovado impulso a missão que Cristo lhe confiou. Portanto, faço votos prementes de que o Ano da Fé seja também para as jovens gerações uma ocasião preciosa para reencontrar e reforçar a amizade com Cristo, da qual possa brotar a alegria e o entusiasmo para transformar profundamente as culturas e as sociedades."
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