Papa publica documento que permite antecipar o Conclave
Da Redação, com Rádio Vaticano
O boletim da Santa Sé publicou, nesta segunda-feira, 25, a carta
apostólica em forma de Motu Proprio (de iniciativa própria) do
Papa Bento XVI com algumas modificações relativas à eleição do Papa. Entre as
alterações, está a possibilidade, facultada aos cardeais, de antecipar o
Conclave.
No Motu Proprio, ficou estabelecido que “do momento no qual
a Sé Apostólica esteja legitimamente vacante, deve-se esperar por 15 dias
completos os ausentes antes de iniciar o Conclave”. O Papa deixa ao
Colégio de Cardeais a possibilidade de antecipar o início do Conclave se
constar a presença de todos os cardeais eleitores, bem como de prolongar, se
houver motivos graves, o início da eleição por alguns dias. Passados, porém, ao
máximo 20 dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais eleitores presentes
devem proceder com a eleição.
Também
foram especificadas as normas para o sigilo do Conclave: “Todo o território da
Cidade do Vaticano e também a atividade ordinária dos escritórios estabelecidos
no seu escopo deve ser ajustada para esse período, de modo a assegurar a
confidencialidade e o livre desenvolvimento de todas as operações relacionadas
com a eleição do Sumo Pontífice”.
Em relação
ao sigilo, também ficou estabelecido que deve ser providenciado, com a ajuda
dos prelados clérigos da Câmara, que os cardeais eleitores não sejam abordados
por ninguém durante o percurso da Casa Santa Marta, local onde ficam hospedados
os cardeais, até o Palácio Apostólico Vaticano.
Caso o
sigilo absoluto de questões relacionadas ao Conclave seja violado, isso
implicará excomunhão.
Quanto à
eleição do novo Pontífice, o Papa estabelece que sua validade estará sujeita à
obtenção de, ao menos, dois terços dos votos, computados com base nos eleitores
presentes e votantes.
Caso a eleição não tenha êxito, é
estabelecido que seja dedicado um dia à oração, à reflexão e ao diálogo. Na
eleição sucessiva, terão voz passiva somente dois nomes que, na votação
anterior, obtiveram o maior número de votos. Também para esta votação será
necessário obter, ao menos, dois terços de votos dos cardeais presentes e
votantes. Nestas votações, os dois nomes já não têm mais voz ativa.
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