“CONCEBERÁS E TERÁS UM FILHO.” E ELAS DISSERAM
“SIM!”
“Conceberás e darás à luz um filho…”
Começamos este artigo com uma pergunta: Existe
coisa melhor no mundo do que o amor de mãe?
Para
muitos não existe nada igual. Nem todo petróleo do mundo compraria o carinho, a
ternura, a comida, o colo, o olhar, o cheiro, a lembrança e o amor de uma mãe.
No entanto, para outros este amor é um mito, uma construção social.
Por
volta dos anos 60 e 70, teve iníciou, na Europa e no continente
norte-americano, uma onda de desconstrução da maternidade disseminada pelo
feminismo radical. Segundo pensadoras como Simone Beauvoir e Betty Friedan,
consideradas as mães – que ironia – deste feminismo, a maternidade, o cuidado
com o lar, com os filhos e maridos são verdadeiras “ameaças” para a identidade
da mulher.
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Emmir Nogueira:"ser mãe é um profundo dom de si! |
Aos poucos, essa mentalidade foi tomando espaço não
só na cultura, mas, principalmente, na mentalidade das mulheres. Nasceram os
métodos contraceptivos, caiu a taxa da natalidade e cresceram os números de
abortos; em muitos lugares, inclusive, com o apoio e a legislação do Estado.
Resultado: o ser mãe se transformou – para muitas mulheres – numa
“ameaça” à liberdade e identidade delas.
No
entanto, começamos a perceber, no mundo, os tristes frutos desse pensamento. A
Europa já começa a receber o título de ‘continente de velhos’. Sem mão de obra
jovem para produzir, os Governos não conseguem arcar com as despesas da
Previdência Social, ou seja, não existem jovens para pagar a aposentadoria dos
velhos.
Mas,
vem cá: toda mulher precisa ser mãe? O futuro da humanidade passa por esta
vocação?
“João Paulo II, na carta Mulieres Dignitatem, vai dizer que a mulher tem como vocação a
maternidade, física ou espiritual, ou seja, a mulher foi feita para amar, para
dar a vida”, diz a cofundadora e formadora geral da Comunidade Shalom, Emmir
Nogueira.
“Se a sociedade começar a enxergar a maternidade
como um peso, nós vamos estar condenadas ao egoísmo.”
Segundo
Emmir, a maternidade foi se tornando, na mentalidade contemporânea, um
peso. “Se a sociedade começar a enxergar a maternidade como um peso, nós
estaremos condenadas ao egoísmo, à prisão do fechamento e do não amor”, diz a
missionária.
“Ser
mãe é um profundíssimo dom de si (mulher). Na maternidade, a mulher vai se
doar, pelo resto da vida, ao cuidado, à preocupação da educação e formação”,
conclui Emmir.
Segundo
João Paulo II, “a maternidade comporta uma comunhão especial com o mistério da
vida que amadurece no seio da mulher; a mãe admira este mistério e, com
intuição singular, ‘compreende’ o que vai se formando dentro dela”.
Essa maternidade, essência da identidade feminina,
não está encerrada num “determinismo biológico” como se a mulher servisse
apenas para “dar à luz” – muitos, inclusive e erroneamente, dizem que este é o
pensamento da Igreja a respeito da mulher –, mas, antes de tudo, a sua
capacidade de gerar vida, biológica e espiritual, por meio do amor.
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Para a igreja,na vida consagrada,a mulher realiza a sua maternidade espiritual |
Quantos
testemunhos de mulheres realizadas profundamente pela adoção de uma criança!
Mães que não geram a vida no seu ventre, mas já a possuem, por natureza, no
coração. Aqui fica um maravilhoso testemunho de que mãe não é apenas quem gera
a vida biológica, mas quem cuida, educa e ama.
Uma outra forma deste dom materno se manifestar no
mundo é o que João Paulo II chamou de “maternidade segundo o espírito”, ou
seja, a virgindade consagrada. O próprio Pontífice disse que “a maternidade espiritual reveste-se de múltiplas
formas. Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o
carisma e as regras dos diversos institutos de caráter apostólico, ela poderá
exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos mais
necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados, os órfãos, os
idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em geral, os marginalizados.
Uma mulher consagrada reencontra, desse modo, o Esposo”.
Concluímos
que qualquer tentativa de eliminar a maternidade e o amor materno na mulher
seria um desastre não só para o sexo feminino, mas, antes de tudo, para a
humanidade. Se o amor materno é um mito, a mulher também o é, pois sua vocação,
missão e realização, ou seja, todo o seu ser, está em doar-se ao mundo num
belo, fecundo e genuíno amor de mãe.
“…e Maria disse: ‘Eis aqui a escrava do Senhor,
faça-se em mim segundo a Tua Palavra”