VATICANO, 15 Mai. 13 / 02:58 pm (ACI/EWTN
Noticias).- O Papa Francisco fez um especial pedido de oração a todos para
que os sacerdotes e os bispos não cedam às
tentações da riqueza e da vaidade, e não terminem convertendo-se assim em lobos
em vez de ser os pastores que os fiéis necessitam.
Em sua homilia da Missa que
presidiu nesta manhã na Casa Santa Marta, o Papa comentou uma passagem dos Atos
dos Apóstolos na que São Paulo exorta os "anciãos" da Igreja de Éfeso a
cuidar de si mesmos e do rebanho, a serem pastores atentos aos "lobos
cruéis".
É uma das "mais belas páginas do
Novo Testamento" – disse Francisco – "cheia de ternura e de amor
pastoral", em que se destaca "a bela relação do bispo com seu
povo". E explica que os bispos e os sacerdotes estão a serviço dos outros,
para custodiar, edificar e defender o povo. É, disse o Papa, "uma relação
de proteção, de amor entre Deus e o pastor e entre o pastor e o povo":
"Ao final das contas um bispo não
é bispo para si mesmo, é para o povo; e um sacerdote não é sacerdote para si
mesmo, é para o povo: está a serviço do povo, para fazer crescer, para
pastorear o povo, o próprio rebanho. Para defendê-lo dos lobos".
"É belo pensar isto! Quando neste
caminho o bispo faz isto é uma bela relação com o povo, como o bispo Paulo fez
com seu povo. E quando o sacerdote tem esta bela relação com o povo, dá-nos um
amor: há amor entre eles, um verdadeiro amor, e a Igreja se torna unida".
A relação do bispo e do sacerdote com o
povo, prosseguiu o Papa, é uma relação "existencial, sacramental". E
acrescentou: "Nós temos necessidade de suas orações, porque também o
bispo e o sacerdote podem ser tentados". Os bispos e os sacerdotes devem
rezar muito, anunciar Jesus Cristo Ressuscitado e "pregar com valor a
mensagem da salvação". "Mas também nós somos homens e somos pecadores
e somos tentados".
Sobre essas tentações, o Papa disse que
"Santo Agostinho, comentando o profeta Ezequiel, fala de duas: a riqueza,
que pode chegar a converter-se em avareza; e a vaidade. E diz: ‘Quando o bispo,
o sacerdote, aproveita-se das ovelhas para si mesmo, o movimento muda: não é o
sacerdote, o bispo para o povo, mas o sacerdote e o bispo que tira do povo.
Santo Agostinho diz: ‘Toma a carne para comer-se à ovelha, aproveita-se; faz
negócios e está apegado ao dinheiro; torna-se avaro e também muitas vezes
simoníaco. Ou se aproveita da lã por vaidade, para elogiar-se".
Deste modo, disse o Papa, "quando
um sacerdote, um bispo vai atrás do dinheiro, o povo não o ama, e isto é um
sinal. Mas ele mesmo termina mal". São Paulo recorda que trabalhou com
suas mãos, "não tinha uma conta no banco, trabalhava. E quando um bispo,
um sacerdote vai pelo caminho da vaidade, entra no afã de fazer carreira –e faz
tanto mal à Igreja– ao final faz o ridículo, vangloria-se, gosta de fazer-se
ver todo-poderoso… E o povo não ama isto!".
O Papa pediu rezar pelos pastores
"para que sejamos pobres, para que sejamos humildes, mansos, ao serviço do
povo". E, por último, sugeriu que se leia o capítulo 20, versículos 28 ao
30 dos Atos dos Apóstolos, onde Paulo diz: "Cuidai de vós mesmos e de todo
o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como guardas, para
pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho.
Eu sei, depois que eu for embora, aparecerão entre vós lobos ferozes, que não
pouparão o rebanho. Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com
doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si".
"Leiam esta bela página e lendo-a,
rezem, rezem por nós os bispos e pelos sacerdotes", disse Francisco.
Para concluir o Santo Padre disse que
"nós temos tanta necessidade de permanecer fiéis, para sermos homens que
vigiam sobre o rebanho e também sobre nós mesmos, para que nosso coração esteja
sempre dirigido para o seu rebanho. E também para que o Senhor nos defenda das
tentações, porque se nós formos pelos caminhos das riquezas, se formos pelo
caminho da vaidade, convertemo-nos em lobos e não em pastores. Rezem por isso,
leiam isto e rezem. Assim seja".
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