Nesta terça-feira, 28, em sua
Missa diária celebrada na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco afirmou
que o seguimento e o anúncio de Jesus não significam fazer carreira. Segundo
ele, seguir Jesus não confere maior poder, porque o Seu caminho é o da Cruz.
“O caminho do Senhor é o do
rebaixamento, e esta é a razão pela qual sempre há dificuldades e
perseguições”, comentou. Francisco advertiu que “quando um cristão não encontra
dificuldades na vida – achando que tudo está indo bem, que tudo é lindo –
significa que alguma coisa está errada”.
O Papa desenvolveu sua homilia
partindo do comentário que Pedro faz a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te
seguimos”. Jesus responde que aqueles que O seguirem terão “muitas coisas
boas”, mas sofrerão “perseguições”. Para Francisco, o seguimento de Jesus não
deve ser motivado por interesses pessoais ou materiais.
“Quem acompanha Jesus como um
‘projeto cultural’, usa esta estrada para subir na vida, para ter mais poder. E
a história da Igreja tem muito disso, começando por certos imperadores,
governantes… e também alguns – não muitos, mas alguns – padres e bispos, não é?
Alguns deles pensam que seguir Jesus é fazer carreira”.
O Papa lembrou que, tempos
atrás, se dizia: “aquele menino quer fazer a carreira eclesiástica”; e, segundo
ele, ainda hoje, muitos cristãos pensam que seguir Jesus é bom, porque se pode
fazer carreira. “O cristão, porém, segue Jesus por amor”, afirmou o Pontífice.
Francisco explica que outra
tendência do espírito ‘mundano’ é a de não tolerar o testemunho:
“Pensem em Madre Teresa: dizem
que era uma bela mulher, que fez muito pelos outros, mas o espírito ‘mundano’
nunca disse que a Beata Teresa, todos os dias, por horas, fazia adoração…
Costuma-se reduzir a atividade cristã ao bem social, como se a existência
cristã fosse um verniz, uma pátina de Cristianismo. O anúncio não é uma pátina:
vai aos ossos, ao coração, dentro de nós e nos transforma. Isso o espírito
‘mundano’ não tolera e aí acontecem as perseguições”.
Terminando, o Papa pediu à
Igreja a graça de seguir Jesus no caminho que Ele ensinou, mesmo que o espírito
‘mundano’ a faça sofrer. “O Senhor nunca nos deixa sozinhos”, disse.
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