O
laicismo ideológico tem mostrado sua cara no Brasil e perseguido a
religiosidade que faz parte da cultura deste país. Será o início de uma
perseguição religiosa na Terra de Santa Cruz?
Nos últimos anos, o Brasil vem
assistindo a uma série de atos que visam excluir a religião e o discurso
religioso das esferas públicas. Logo que aparece uma discussão na sociedade
como o aborto, a política, o casamento homossexual, um pequeno – mas barulhento
– grupo de ideólogos, dizem: “o Brasil é laico, a religião deve ser algo
privado e não pode interferir nestes assuntos”.
Dr Aleksandro Clemente "Estado
laico não quer dizer laicista"
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Sim, o Brasil é um Estado laico, mas
isso significa que a religião está excluída de debater e interferir no que acha
essencial para a sociedade?
“Nós
não podemos confundir Estado laico com laicista. Estado laico significa que ele
não confessa uma religião e não é regido por normas religiosas. O contrário
disso é o laicismo, uma espécie de ideologia que prega o racionalismo, ou seja,
tudo o que não é racional ou possui um pouco de expressão religiosa é
desprezado”, diz o advogado Aleksandro Clemente,
membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB/SP, professor
de Bioética e Biodireito.
O laicismo tem emergido em muitos
lugares do mundo como uma afronta ao Cristianismo e, muitas vezes, assumindo
formas hostis de perseguição. No Brasil, ele tem avançado e estendido seus
tentáculos por meio de pequenos grupos ideológico-políticos, como por exemplo a
Liga Brasileira de Lésbicas que, em março de 2012, pediu à justiça do Rio
Grande do Sul (RS) a retirada de crucifixos dos prédio públicos – decisão
acatada pelo mesmo órgão – com o argumento de que o Estado brasileiro é laico.
“Quando se fala de Estado laico não significa
negar a cultura religiosa de seu povo. O Brasil tem uma cultura impregnada de
religiosidade. Basta vermos o nome de nossas cidades e Estados como São Paulo,
Santa Catarina, São João da Boa Vista e tantos outros. Será que teríamos que
demolir o Cristo Redentor, símbolo cristão?”,
diz Aleksandro.
Para o advogado, a decisão de
retirada de símbolos religiosos de repartições públicas é uma grave ofensa à
democracia do nosso país, uma clara ação do laicismo que quer implantar sua
doutrina em terras brasileiras. “Num Estado democrático, o poder emana do povo;
e numa sociedade, na qual a maioria se diz religiosa, este sentimento deve ser
respeitado, portanto, ter um crucifixo num órgão público não é um desrespeito a
quem não acredita, mas expressa o sentimento religioso da maioria. Tirar o
crucifixo como o fez a Justiça gaúcha é uma ofensa gratuita ao sentimento
religioso desta maioria da população”, conclui Aleksandro.
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