Mo Yan, Premio Nobel de Literatura 2012
WASHINGTON DC,
15 Out. 12 / 03:39 pm (ACI/EWTN Noticias).- O escritor chinês Mo Yan, recentemente galardoado com o Prêmio Nobel de
Literatura, é um agudo crítico da política do filho único no seu país da qual
também foi vítima. Arrependido por ter feito que sua esposa abortasse na sua
segunda gravidez, confessou, faz um tempo, que "isto se converteu em uma
cicatriz eterna no mais profundo do meu coração".
LifeNews recorda uma entrevista que o escritor da
China concedeu em 2010 à rede de televisão de Hong Kong, Phoenix TV. Naquela
oportunidade, Mo Yan disse que "pessoalmente acredito que a política do
filho único é uma política má. Se não existisse, eu teria tido dois ou três
filhos".
Mo Yan recorda que quando era membro do exército
foi promovido ao cargo de oficial e conta o caso de outro que perdeu seu cargo
por ter tido um segundo filho: "tinha que receber o mesmo castigo, assim
escolhi não ter outro filho".
"Se não tivesse sido pela minha ambição
egoísta, teria deixado a minha esposa ter um segundo e inclusive um terceiro
bebê. Usei um argumento muito racional para convencê-la de que precisávamos
abortar o bebê: tínhamos que seguir a política do partido e a política da
nação".
Mo Yan confessava arrependido do aborto do seu segundo filho que "isto se
converteu em uma cicatriz eterna no mais profundo do meu coração… se converteu
em uma enorme sombra no meu coração".
Chai Ling da organização pró-vida All
Girls Allowed (Todas as meninas permitidas) assinalou que "espero que a
postura crítica de Mo Yan à política do filho único ajude a outros a ver seu
rol no homicídio por gênero. É o desafio maior das meninas na China. Todos os
dias a política continua e outras 3 mil meninas são eliminadas nos abortos
seletivos, com o infanticídio ou o abandono".
Guan Moye tem 57 anos de idade e é o nome
verdadeiro de Mo Yan. Este pseudônimo significa "não fale". Sobre a
obtenção do Nobel disse que "ganhar não representa nada" e que
continuará "centrado na criação de novas obras".
Chai Ling disse também que "Mo Yan afirmou que
a política do filho único deixou uma sombra no seu coração, deveria deixá-la no
coração de todos no Dia Internacional das Meninas" que foi celebrado no
último dia 11 de outubro.
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