Namoro
“O sexo no namoro é uma mentira, porque ele
divide o corpo e a alma. A pessoa sempre se pergunta: ‘Será que ele(a) me ama
ou está usando o meu corpo?’”, afirma padre Paulo Ricardo em entrevista ao
“Destrave” sobre este tema, que, quase sempre, é tratado com superficialidade e
descrença, até mesmo por pessoas que se dizem cristãs.
A mídia
secular tem batido forte na Igreja Católica como se a questão da castidade
fosse algo ultrapassado, da “Idade Média”, porque não corresponde aos moldes da
sociedade moderna. No entanto, a questão do sexo antes do casamento não deve
ser olhada apenas como uma questão de pecado (espiritual), mas sob a ótica do
valor da pessoa, da sua dignidade como ser humano.
Destrave: padre Paulo, o sexo no namoro é
apenas questão de “pecado”? O que a Igreja diz sobre este assunto?
Padre
Paulo: este é
um conceito que as pessoas precisam aprender a reelaborar: “O que é pecado?” As
pessoas pensam que pecado é uma coisa boa, gostosa, legal, mas que Deus a
proibiu porque Ele é “chato”. Com se Ele fosse um “estraga-prazeres” que
acordou mal-humorado e disse: “Quer saber? Vou proibir um bando de coisas para
aquele povo lá na terra!”. Não é nada disso! As pessoas precisam entender que a
coisa é pecado porque ela nos destrói. O veneno é mortal porque ele é
mortífero. O sexo fora do matrimônio faz mal não porque a Igreja proíbe. Não
vai acontecer, mas vamos supor que a Igreja dissesse: “Gente, tá liberado. Todo
o mundo agora fazendo sexo!”. Ainda assim estaria fazendo mal porque Deus fez o
sexo para quando há compromisso.
As
pessoas precisam aprender que o sexo diz para a outro: “Eu me entrego inteiro a
você de corpo e alma”.
Se o sexo diz isso, que sentido tem eu ter uma relação
sexual com a pessoa e depois me levantar e ir para minha casa? Há então aí uma
divisão de corpo e alma, e, quando há divisão de corpo e alma nós damos o nome
a isso de morte.
Nós temos
visto que o sexo no namoro em vez de solidificar a relação, ele a abala, porque
fica sempre aquela pergunta: “Será que a pessoa me ama ou está usando o meu
corpo?” E aqui é importante os jovens saberem que estas verdades, sobre as
quais a Igreja prega, eles não precisam encontrá-las no Catecismo da Igreja
Católica ou na Bíblia (elas estão escritas lá também), mas a verdade que a Igreja
prega pode ser enxergada em seu interior.
Se você
fizer um pacto de sinceridade com você mesmo, vai perceber que, depois que os
hormônios e a excitação abaixam, fica sempre o vazio.
Destrave:
nós vemos
as pessoas dizendo que “se há amor é o que importa”. O que há de verdadeiro ou
falso nessa afirmação?
Padre
Paulo: pense
que o amor é uma aliança, um juramento “estilo militar”, uma aliança de sangue
por meio da qual sou capaz de dizer à outra pessoa: “Eu derramo o meu sangue
por você, mas não traio esta aliança!”. E foi isso que Deus fez conosco. Na
cruz Jesus fez conosco uma aliança de sangue, foi fiel até o fim. Quando
falamos de amor conjugal estamos falando de uma aliança que tem o nome de
“matrimônio”. Daí, sim, o sexo ganha um sentido completo de doação e entrega de
corpo e alma, porque a pessoa está ligada à outra por meio de um sacramento.
Fora disso estamos falando de puro prazer, egoísmo, e não pode haver amor
nisso. Pelo contrário, o sexo fora desta aliança de amor, que se chama
“matrimônio”, está dividindo a personalidade da pessoa, é é claro que isso não
faz bem a ninguém.
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