quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Testemunho de luta pela vida.Dizer sempre não ao aborto


Fé e testemunho: "menina de vidro" recebe alta após um ano de luta
A pequena Maria Clara teve de enfrentar três cirurgias, duas paradas respiratórias e mais de dez infecções

Mesmo sendo conhecida como a “menina de vidro”, a pequena Maria Clara, de um ano e cinco meses, mostrou que é forte e surpreendeu os médicos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Desde que nasceu, a criança estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Na manhã de ontem, recebeu alta, levando alegria para seus pais e todos que acompanharam sua trajetória de superação.

Considerada pelos médicos um milagre, Maria Clara enfrentou três cirurgias, duas paradas respiratórias e mais de dez infecções. “Com certeza, ela é um milagre. Ninguém acreditava que ela iria para casa. Ela não tem um dos rins, não tem o fêmur direito e o pulmão e o coração não são normais”, relata José Maria Vasconcelos Filho, um dos médicos que tratou da menina.

Ainda com três meses de gestação, a mãe de Maria Clara, Ana Kelly Ferreira de Abreu, 32, descobriu que o bebê portava problemas cardíacos e não tinha uma das pernas. Por conta da má formação do feto, Ana Kelly ganhou na Justiça o direito de abortar, mas a dona de casa, que tem outras duas filhas, decidiu manter a gravidez.

“Apesar das limitações, eu vejo a Maria Clara como a criança mais linda e mais especial do mundo. Consegui vencer todos os obstáculos graças a Deus, aos meus pais e à equipe médica do HGF. Ela vai viver o tempo que Deus quiser e vou estar ao lado dela todos os dias”, fala a mãe, emocionada.

Ana Kelly não nega que o fato de acompanhar a filha durante todo esse tempo no hospital foi um grande sacrifício. Para ir e voltar do HGF, no Papicu, ela precisava apanhar, no mínimo, quatro conduções, já que mora na Lagoa Redonda. A luta, no entanto, valeu a pena. “No hospital, ela não era vista apenas como mais uma paciente. Todos tinham um carinho enorme pela Maria Clara”, afirma.

Fé e alegria

O pai da menina, Felipe de Sousa Pereira, 27, diz que o dia de ontem foi o mais esperado da vida dele, já que nem sempre podia acompanhar Maria Clara no hospital. “A minha vontade era de estar todos os dias ao lado dela. Fiz até uma promessa. Mas eu trabalho como gari e, às vezes, o cansaço não deixava eu estar com a minha filha”, destaca Felipe.

Ontem, no momento da alta, os pais de Maria Clara e a equipe médica neonatal do HGF fizeram uma oração para agradecer a Deus porque a menina deixou o hospital pela primeira vez.

“A Kelly é um exemplo de mãe. Ela nunca foi uma pessoa que se revoltou contra a equipe médica e nem contra o hospital. Ela chorou, sorriu, mas sempre foi educada com todos. A atitude nos inspirou a acreditar na sobrevivência da Maria Clara”, fala José Maria Vasconcelos Filho informando que a data em que a menina nasceu, 27 de julho, é o Dia do Pediatra.

O médico explica que a menina tinha condições de receber alta desde o fim de dezembro. Contudo, só foi liberada na manhã de ontem porque a família aguardava uma decisão judicial para que o Governo continuasse fornecendo o leite especial da criança mesmo fora do hospital. Maria Clara será acompanhada pelo Programa de Assistência Domiciliar (PAD) do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias).

Doações

Apesar de conseguir o leite, a família de Maria Clara ainda precisa de ajuda para fraldas descartáveis, gazes, materiais de higiene pessoal e um ar condicionado, pois, devido à mudança de temperatura, a menina já estranha o clima.

“Infelizmente, não temos condições de arcar com todas essas despesas, apesar de termos conseguido ganhar o leite e os equipamentos do Estado”, conta a mãe de Maria Clara.

A criança está em um quarto equipado. Ela se alimenta por sonda e depende de aparelho de oxigênio para respirar. As doações devem ser entregues no setor de comunicação do HGF, já que Maria Clara ainda não pode receber visitas.
Fonte: Shalom

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